As transfusões de sangue e a guerra
Para cuidar dos ferido na Primeira Guerra Mundial foram precisas várias transfusões de sangue. Em 1900, o patologista austríaco Karl Landsteiner descobriu a existência dos tipos sanguíneos que nem sempre são compatíveis entre si. Não é de admirar que tantas transfusões no passado tenham acabado em tragédia. Agora seria possível mudar isso: bastaria verificar se o tipo sanguíneo do doador era compatível com o do receptor. Com essa descoberta, os médicos voltaram a confiar nas transfusões, bem em tempo para usá-las durante a Primeira Guerra Mundial.
Durante a Primeira Guerra Mundial aplicaram-se muitas transfusões de sangue em soldados feridos. Naturalmente, o sangue coagula rápido e antes era quase impossível transportá-lo para o campo de batalha. Mas no início do século 20, o Dr. Richard Lewisohn, do Hospital Monte Sinai em Nova York, fez experiências bem-sucedidas com um anticoagulante chamado citrato de sódio. Para alguns médicos, esse avanço empolgante foi um verdadeiro milagre. “Foi quase como se alguém tivesse feito o sol ficar parado”, escreveu o Dr. Bertram M. Bernheim, um médico famoso na sua época.
No começo da Primeira Guerra Mundial, o comitê da Cruz Vermelha abriu a Agência internacional de Prisioneiros de Guerra em Genebra, com um quadro de cerca de 1200 pessoas, a maior parte delas voluntários. Delegações do comitê visitaram os campos de internamento e recursos foram obtidos para a evacuação de civis de áreas ocupadas no norte da França, e a repatriação, ou acomodação em países neutros de doentes, combatentes feridos e pessoal médico. O trabalho na frente oriental foi delegado à Cruz Vermelha dinamarquesa, que montou um grande escritório de informações para este propósito em Compenhagem.
A Guerra levaria a uma vasta expansão das atividades da Cruz Vermelha. A Cruz Vermelha norte-americana supriu serviços de ambulância para os feridos, deu pessoal e equipou hospitais centrais, manteve casas de repouso para os soldados convalescentes e montou cantinas para as tropas em trânsito. A Cruz Vermelha Britânica, em colaboração com a Ordem de São João de Jerusalém e outras sociedades dos domínios, forneceu enfermeiras treinadas, destacamentos de ajuda de voluntários, ambulâncias e hospitais em todos os locais onde houvessem forças britânicas engajadas em combate. A Cruz Vermelha Britânica organizou comboios de ambulâncias motorizadas para a evacuação de feridos, somando-se aos trens ambulâncias e, na Mesopotâmia, lanchas ambulância.
A música era usada em hospitais e clínicas, geralmente como entretenimento. Durante a Primeira Guerra Mundial, músicos profissionais foram contratados para distrair os doentes.
Descobertas científicas para salvar feridos de guerra
Durante as guerras, o inimigo não é apenas o país contrário. Muitas doenças acabam provocando mais baixas entre os soldados do que o combate direto, como ocorreu na Primeira Grande Guerra. Para salvar os combatentes foram feitas várias pesquisas em busca de tratamento para os doentes. Alguns exemplos de substâncias implantadas na Primeira Guerra são:
Penicilina
Durante a 1ª Guerra Mundial, Alexander Fleming (1881-1955) começou a experimentar substâncias antibacterianas e, em 1921, descobriu uma enzima antibiótica que atacava vários tipos de bactérias. Contudo, Fleming não pôde produzir quantidade suficiente de penicilina para uso e sua descoberta ficou mais conhecida como curiosidade científica.
Morfina
Depois do invento da agulha hipodérmica, durante a 1ª Guerra Civil americana (1861-1865), as injeções de morfina passaram a ser indispensáveis para a realização de intervenções cirúrgicas. Durante a 1ª Guerra Mundial, a empresa farmacêutica Squibb desenvolveu um método que permitia a aplicação de doses controladas da droga aos soldados feridos para diminuir a dor.
A Squibb produziu o chamado Syrette, que era como um tubo de pasta de dente em miniatura que continha a morfina. O Syrette tinha uma agulha acoplada ao tubo que era utilizada para perfurá-lo e evitar a superdosagem. Um pequena dosagem combinada com o esgotamento físico era o suficiente para deixar inconsciente o ferido. Esta substância pode ser ministrada de várias formas, podendo ser via oral, intramuscular, subcutânea, intravenosa, epidural, intranasal ou transdérmica, sendo que estas três ultimas, são as menos utilizadas.
Os efeitos da morfina duram de 4 a 6 horas dentre os quais podemos citar:
- Alívio da dor e da ansiedade;
- Diminuição do sentimento de desconfiança- Euforia;
- Tranqüilidade, sensação de bem-estar;
- Letargia, sonolência, depressão;
- Impotência;
- Incapacidade de concentração;
- Obstipação (prisão de ventre)
- Paralisia do estômago (sensação de saciedade)
- Amenorréia (ausência de menstruação)
-Contração da pupila;
O uso da morfina também pode levar o usuário ao coma, com perda de consciência, fraca oxigenação no sangue, queda da pressão arterial, que se não for socorrido rapidamente pode levar a morte.
A Fome
No fim da 1ª Guerra Mundial, quando soldados de muitos países da Europa estavam nas trincheiras, despontou um novo inimigo: a fome. Parte do exército alemão teve que se alimentar quase que exclusivamente de batatas cruas desenterradas nos campos. Observou-se que soldados que sofriam dos mais diversos problemas do estômago ficaram totalmente curados. As dores desapareceram e, apesar da fome, esses soldados se sentiam bem. Médicos que analisaram esse fenômeno comprovaram o efeito extremamente positivo do suco de batata crua em diversos problemas do estômago, provocados por excesso de acidez. Quase 90% dos pacientes melhoravam a partir do 2º dia de tratamento e, após oito ou dez dias, não apresentavam mais qualquer queixa. Pelas propriedades farmacológicas, supõe-se que a solanina da batata (alcalóide venenoso próprio de diversas solanáceas) age como inibidor da secreção. Além disso, seu alto teor de amido, elementos viscosos e sais, protegem a mucosa do estômago. A vitamina C presente na batata crua é importante no tratamento porque inibe as infecções.
Para cuidar dos ferido na Primeira Guerra Mundial foram precisas várias transfusões de sangue. Em 1900, o patologista austríaco Karl Landsteiner descobriu a existência dos tipos sanguíneos que nem sempre são compatíveis entre si. Não é de admirar que tantas transfusões no passado tenham acabado em tragédia. Agora seria possível mudar isso: bastaria verificar se o tipo sanguíneo do doador era compatível com o do receptor. Com essa descoberta, os médicos voltaram a confiar nas transfusões, bem em tempo para usá-las durante a Primeira Guerra Mundial.
Durante a Primeira Guerra Mundial aplicaram-se muitas transfusões de sangue em soldados feridos. Naturalmente, o sangue coagula rápido e antes era quase impossível transportá-lo para o campo de batalha. Mas no início do século 20, o Dr. Richard Lewisohn, do Hospital Monte Sinai em Nova York, fez experiências bem-sucedidas com um anticoagulante chamado citrato de sódio. Para alguns médicos, esse avanço empolgante foi um verdadeiro milagre. “Foi quase como se alguém tivesse feito o sol ficar parado”, escreveu o Dr. Bertram M. Bernheim, um médico famoso na sua época.
No começo da Primeira Guerra Mundial, o comitê da Cruz Vermelha abriu a Agência internacional de Prisioneiros de Guerra em Genebra, com um quadro de cerca de 1200 pessoas, a maior parte delas voluntários. Delegações do comitê visitaram os campos de internamento e recursos foram obtidos para a evacuação de civis de áreas ocupadas no norte da França, e a repatriação, ou acomodação em países neutros de doentes, combatentes feridos e pessoal médico. O trabalho na frente oriental foi delegado à Cruz Vermelha dinamarquesa, que montou um grande escritório de informações para este propósito em Compenhagem.
A Guerra levaria a uma vasta expansão das atividades da Cruz Vermelha. A Cruz Vermelha norte-americana supriu serviços de ambulância para os feridos, deu pessoal e equipou hospitais centrais, manteve casas de repouso para os soldados convalescentes e montou cantinas para as tropas em trânsito. A Cruz Vermelha Britânica, em colaboração com a Ordem de São João de Jerusalém e outras sociedades dos domínios, forneceu enfermeiras treinadas, destacamentos de ajuda de voluntários, ambulâncias e hospitais em todos os locais onde houvessem forças britânicas engajadas em combate. A Cruz Vermelha Britânica organizou comboios de ambulâncias motorizadas para a evacuação de feridos, somando-se aos trens ambulâncias e, na Mesopotâmia, lanchas ambulância.
A música era usada em hospitais e clínicas, geralmente como entretenimento. Durante a Primeira Guerra Mundial, músicos profissionais foram contratados para distrair os doentes.
Descobertas científicas para salvar feridos de guerra
Durante as guerras, o inimigo não é apenas o país contrário. Muitas doenças acabam provocando mais baixas entre os soldados do que o combate direto, como ocorreu na Primeira Grande Guerra. Para salvar os combatentes foram feitas várias pesquisas em busca de tratamento para os doentes. Alguns exemplos de substâncias implantadas na Primeira Guerra são:
Penicilina
Durante a 1ª Guerra Mundial, Alexander Fleming (1881-1955) começou a experimentar substâncias antibacterianas e, em 1921, descobriu uma enzima antibiótica que atacava vários tipos de bactérias. Contudo, Fleming não pôde produzir quantidade suficiente de penicilina para uso e sua descoberta ficou mais conhecida como curiosidade científica.
Morfina
Depois do invento da agulha hipodérmica, durante a 1ª Guerra Civil americana (1861-1865), as injeções de morfina passaram a ser indispensáveis para a realização de intervenções cirúrgicas. Durante a 1ª Guerra Mundial, a empresa farmacêutica Squibb desenvolveu um método que permitia a aplicação de doses controladas da droga aos soldados feridos para diminuir a dor.
A Squibb produziu o chamado Syrette, que era como um tubo de pasta de dente em miniatura que continha a morfina. O Syrette tinha uma agulha acoplada ao tubo que era utilizada para perfurá-lo e evitar a superdosagem. Um pequena dosagem combinada com o esgotamento físico era o suficiente para deixar inconsciente o ferido. Esta substância pode ser ministrada de várias formas, podendo ser via oral, intramuscular, subcutânea, intravenosa, epidural, intranasal ou transdérmica, sendo que estas três ultimas, são as menos utilizadas.
Os efeitos da morfina duram de 4 a 6 horas dentre os quais podemos citar:
- Alívio da dor e da ansiedade;
- Diminuição do sentimento de desconfiança- Euforia;
- Tranqüilidade, sensação de bem-estar;
- Letargia, sonolência, depressão;
- Impotência;
- Incapacidade de concentração;
- Obstipação (prisão de ventre)
- Paralisia do estômago (sensação de saciedade)
- Amenorréia (ausência de menstruação)
-Contração da pupila;
O uso da morfina também pode levar o usuário ao coma, com perda de consciência, fraca oxigenação no sangue, queda da pressão arterial, que se não for socorrido rapidamente pode levar a morte.
A Fome
No fim da 1ª Guerra Mundial, quando soldados de muitos países da Europa estavam nas trincheiras, despontou um novo inimigo: a fome. Parte do exército alemão teve que se alimentar quase que exclusivamente de batatas cruas desenterradas nos campos. Observou-se que soldados que sofriam dos mais diversos problemas do estômago ficaram totalmente curados. As dores desapareceram e, apesar da fome, esses soldados se sentiam bem. Médicos que analisaram esse fenômeno comprovaram o efeito extremamente positivo do suco de batata crua em diversos problemas do estômago, provocados por excesso de acidez. Quase 90% dos pacientes melhoravam a partir do 2º dia de tratamento e, após oito ou dez dias, não apresentavam mais qualquer queixa. Pelas propriedades farmacológicas, supõe-se que a solanina da batata (alcalóide venenoso próprio de diversas solanáceas) age como inibidor da secreção. Além disso, seu alto teor de amido, elementos viscosos e sais, protegem a mucosa do estômago. A vitamina C presente na batata crua é importante no tratamento porque inibe as infecções.
Por: Vinicius Coelho
Édhera Oliveira nº 8
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